terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Escravidão No Brasil


Escravidão No Brasil

A escravidão é uma prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força, condição social, sexo, idade. Em algumas sociedades desde os tempos mais remotos os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria.
A escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano.
Dia 13 de maio se comemora a abolição da escravidão no Brasil. O fato ocorreu em 1888, através da assinatura da famosa Lei Áurea, pelas mãos da princesa Isabel. De lá para cá, este fato gera divisões entre aqueles que comemoram a libertação dos escravos e aqueles que acham que a lei áurea não incorporou o negro na sociedade brasileira, mantendo as desigualdades.





Na legenda original desta foto de 1863 podia ler-se:  "O capataz Aarayou Carrier chicoteou-me. Fiquei dois meses de cama. O meu dono só voltou depois de eu ter sido chicoteado."
Foram estas as palavras de Peter enquanto posava para a foto"




Quando um escravo era acusado pelo seu dono de insubordinação ou de comer mais do que a sua dose de alimento era, muitas vezes, castigado com um açaime de ferro.  Na sua biografia, o escravo Olaudah Equiano descreve o seu primeiro encontro com este objeto em meados do séc. XVIII.. .
 "...Quando entrei na casa, vi uma escrava que cozinhava e a pobre criatura estava carregada de várias máquinas de ferro. Em particular, tinha uma na sua cabeça que lhe apertava a boca de tal maneira que mal conseguia falar e não podia comer ou beber. Fiquei muito impressionado com aquele objeto que, vim a saber mais tarde, se chamava "açaime de ferro".

A Escravidão

Quando começou a presença dos escravos na América e Como viviam?
A escravidão começou no Brasil no século XVI. Os colonos portugueses começaram escravizando os índios, porém a oposição dos religiosos dificultou esta prática.  Os colonos partiram para suas colônias na África e trouxeram os negros para       trabalharem nos engenhos de açúcar da região Nordeste Os primeiros navios negreiros foram trazidos pelo português Martim Afonso de Sousa, em 1532. A contabilidade oficial estima que, entre essa data e 1850, algo como 5 milhões de escravos negros entraram no Brasil. Porém, alguns historiadores calculam que pode ter sido o dobro.
O transporte dos africanos para o Brasil era feito em navios negreiros que apresentavam péssimas condições. Muitos morriam durante a viagem. Os navios negreiros que traziam os escravos da África até o Brasil eram chamados de tumbeiros, devido à morte de milhares de africanos durante a travessia. Estas mortes ocorriam devido aos maus-tratos sofridos pelos escravos, pelas más condições de higiene e por doenças causada pela falta de vitaminas.
Os escravos também trabalharam nas minas de ouro, a partir da segunda metade do século XVIII.
Tanto nos engenhos quanto nas minas, os escravos executavam as tarefas mais duras, difíceis e perigosas.


Como era a vida dos escravos?

 Os comerciantes de escravos vendiam os negros como se fossem mercadorias. A maioria dos escravos recebia péssimo tratamento. Comiam alimentos de péssima qualidade, dormiam na senzala (espécie de galpão úmido e escuro) e recebiam castigos físicos. Os escravos não podiam praticar sua religião de origem africana, nem seguir sua cultura. Porém, muitos praticavam a religião de forma escondida
 As mulheres também foram escravizadas e executavam, principalmente, atividades domésticas. Os filhos de escravos também tinham que trabalhar por volta dos 8 anos de idade. Muitos escravos lutaram contra esta situação injusta e desumana. Ocorreram revoltas em muitas fazendas. Muitos escravos também fugiram e formaram quilombos, onde podiam viver de acordo com sua cultura.



Origem dos escravos




É possível traçar a origem dos escravos em três grandes grupos: os da região do atual Sudão, em que os iorubás, também chamados nagôs, predominam; os que vieram das tribos do norte da Nigéria, a maioria muçulmanos, chamados de malês ou alufás; e o grupo dos bantos, capturados nas colônias portuguesas de Angola e Moçambique.




O que acontecia quando um escravo chegava no Brasil?



Quando chegava ao Brasil, o africano era chamado de “peça” e vendido em leilões públicos, como uma boa mercadoria: lustravam seus dentes, raspavam os seus cabelos, aplicavam óleos para esconder doenças do corpo e fazer a pele brilhar, assim como eram engordados para garantir um bom preço.

Quais os castigos que os escravos sofriam?

Uma das características do regime escravocrata é o que confere ao senhor o direito privado de castigar fisicamente o escravo. A exploração da força de trabalho escrava requeria necessariamente mecanismos de coerção que garantissem a continuidade do trabalho. A relação entre senhor e escravo era, assim, marcada pela violência. Do ponto de vista da escravidão, o castigo do escravo era necessário e justo.
O açoite era a pena aplicada ao escravo, usava-se para isso do “bacalhau”, chicote feito com cabo de madeira e de cinco tiras de couro retorcidos ou com nós. Nas fazendas era utilizado para punir pequenas faltas ou acelerar o ritmo de trabalho, com algumas lambadas. Nos casos de delitos graves, o castigo era exemplar, sendo assistido pelos demais escravos. Era comum a surra-de-carro, no qual ficava o negro amarrado em um carro de boi, de bruços e braços abertos para receber as chicotadas.
O tronco foi outro instrumento e tortura, consistia num grande retângulo de madeira dividido em duas partes entre as quais havia buracos destinados a prender a cabeça, os pulsos e os tornozelos do escravo. Preso, o escravo permanecia imóvel, indefeso aos ataques de insetos e ratos, em contato com sua urina e fezes, isolado num barracão, até o seu senhor resolver soltá-lo.

A mascara de flandres era usada para punição de furto de alimentos, alcoolismo, ingestão de terra, e, na mineração de diamantes, para impedir que os negros extraviassem as pedras, engolindo-as. A mascara podia cobrir todo o rosto ou apenas a boca, sendo fechada a cadeados por trás da cabeça.
Usados para prender, transportar, maltratar ou sujeitar os escravos, os instrumentos de ferro faziam parte do patrimônio das fazendas e das casas. Eram correntes, algemas, cadeados, grilhões, colares, tudo para garantir a submissão dos negros escravos pela tortura e degradação.

Rebeldia e Resistência negra no Brasil

A violência legal e sistematicamente utilizada pelo branco como meio de submeter o escravo, gerava o medo, mas também a revolta e formas de resistência por parte dos escravos submetidos a tais castigos cruéis. A reação do escravo assumiu várias formas.
O aborto foi freqüentemente provocado pelas escravas para não verem seus filhos na mesma situação degradante delas e também como meio de prejudicar o senhor, sempre interessado no aumento do número de crias.
A reação pelo suicídio era uma forma do escravo em se libertar das condições subumanas em que vivia. O suicídio estava geralmente ligado a um momento de medo ou impasse em que o escravo se via indefeso diante da repressão do branco, sendo comum escravos se matarem após terem agredido ou matado um branco.
A rebeldia consistia a resposta do negro à violência do sistema escravista. Rebeldia está também respondida com violência pelos escravos. Eram comuns os casos em que feitores, senhores e seus familiares são estrangulados, asfixiados, esfaqueados ou simplesmente mortos a pancada pelos escravos.
O ódio do escravo era pelo senhor e pelo feitor, mas também por suas famílias, pois era um modo indireto de atingi-los. A freqüência de ataques e homicídios cometidos por escravos levou muitas vezes o governo brasileiro a promulgar leis duras, inclusive a pena de morte.



Os quilombos como espaço de resistência e liberdade

A forma de resistência escrava mais temida pelos senhores era a fuga seguida da formação de aldeamentos coletivos, os quilombos. A fuga era para o escravo a solução mais simples contra a violência da dominação branca. O trabalho compulsório e excessivo, as precárias condições de subsistência, a degradação e o controle constante a que estavam submetidos predispunham os escravos a evasão, facilitada pela grande extensão de terras sem ocupação efetiva no país.
Muitos fugitivos iam para a cidade, onde eram empregados por outros senhores em serviços esporádicos, como se fossem escravos forros. O pequeno comércio ambulante era uma atividade que empregava esses escravos fugidos. Outros escravos fugidos eram capturados ou convencidos por outros negros para viverem em quilombos.
Erguidos nas matas ou em áreas de difícil acesso que oferecessem segurança e meios naturais de sobrevivência, os quilombos eram o grande refúgio dos escravos que conseguiam escapar da opressão. Os quilombos também abrigavam negros forros, índios, mulatos e caboclos.
Os quilombos surgiram e cresceram em desafio aberto à sociedade e à autoridade colonial. Para enfrentar a repressão, os escravos aquilombados precisaram recorrer à violência e à luta armada. Os negros dos quilombos faziam freqüentemente incursões para prover, através do roubo ou escambo, suas necessidades de alimentos, utensílios, armas e também para conseguir, pelo rapto ou persuasão, mais negros para o quilombo. Outros buscavam desenvolver até mesmo relações com as povoações próximas, estabelecendo com elas um comércio regular com troca de alimentos, animais e lenha por tecidos, utensílios e ferramentas.

Libertação

No Brasil, a Lei Áurea, é o símbolo máximo da libertação dos escravos, e ela veio, fruto de uma pressão interna muito forte. No Brasil, muitos abolicionistas tinham grande representatividade na sociedade colonial e o próprio exército imperial vacilava ao fazer o papel de capitão do mato, ao executarem as ordens dos Senhores de Engenhos, que eram os grandes escravistas, os donos de engenhos e os donos das grandes fazendas, onde se plantava a cana para a fabricação do açúcar, grande riqueza do Período Colonial.
Para a libertação dos escravos, além da pressão interna e externa, a mão de obra mais qualificada, barata e abundante, proporcionada pela vinda da Europa, de levas de imigrantes que passaram a ocupar lugar de destaque nas lavouras e nos canaviais nordestinos, onde os escravos trabalhavam duro sob a lei do chicote e sem receber salários que só eram pagos aos novos trabalhadores europeus mais afeitos ao trabalho, diga-se a bem da verdade, não que isto justifique o barbárie da escravidão e até mesmo o racismo.

Concluímos que a escravidão foi lamentável, os negros eram tratados como se fossem objetivos que podem usar e jogar fora, que eles não tinham direito de optar e nem se quer mandar na sua própria vida, eram separado de suas famílias cruelmente e sofriam torturas.
O ceará teve a honra de ser o primeiro estado a ser abolida a escravatura no Brasil. Quando a princesa Isabel aboliu a escravidão na conhecida lei áurea, ela agiu com a emoção e esqueceu da razão, pois os escravos quando foram libertos muitos tiveram que voltar para casa dos seus senhores, pois sofriam tanto preconceito que não conseguiam arranjar emprego e para não morrer de fome, era obrigado a se render e ter que voltar.






Mascara de flandres
Anjinhos

Açoite
Instrumentos de ferro utilizados para castigar e torturar os escravos.



















Bibliografia


·         http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o. acessado dia 08 de novembro 2013.
·         http://www.brasilescola.com/historiab/escravidao-no-brasil.htm. acessado dia 08 de novembro 2013.
·         http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/abolicao.htm. dia 09 de novembro 2013.
·         http://historianoutraface.blogspot.com.br/2010/08/o-trafico-negreiro-representou-uma.html. acessado dia 10 de novembro 2013.
·         http://answers.yahoo.com/question/index?qid=20071111171804AACOtTS. Acessado dia 10 de novembro 2013.

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