Escravidão No Brasil
A escravidão é uma
prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade sobre outro
designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força,
condição social, sexo, idade. Em algumas sociedades desde os tempos mais remotos
os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria.
A escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano.
A escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano.
Dia 13 de maio se comemora a abolição da escravidão no Brasil. O fato
ocorreu em 1888, através da assinatura da famosa Lei Áurea, pelas mãos da
princesa Isabel. De lá para cá, este fato gera divisões entre aqueles que
comemoram a libertação dos escravos e aqueles que acham que a lei áurea não
incorporou o negro na sociedade brasileira, mantendo as desigualdades.
Na legenda original
desta foto de 1863 podia ler-se:
"O capataz Aarayou Carrier
chicoteou-me. Fiquei dois meses de cama. O meu dono só voltou depois de eu ter
sido chicoteado."
Foram estas as palavras
de Peter enquanto posava para a foto"
Quando um escravo era
acusado pelo seu dono de insubordinação ou de comer mais do que a sua dose de
alimento era, muitas vezes, castigado com um açaime de ferro. Na sua
biografia, o escravo Olaudah Equiano descreve o seu primeiro encontro com este
objeto em meados do séc. XVIII.. .
"...Quando entrei na casa, vi uma escrava que cozinhava e a pobre criatura estava carregada de várias máquinas de ferro. Em particular, tinha uma na sua cabeça que lhe apertava a boca de tal maneira que mal conseguia falar e não podia comer ou beber. Fiquei muito impressionado com aquele objeto que, vim a saber mais tarde, se chamava "açaime de ferro".
"...Quando entrei na casa, vi uma escrava que cozinhava e a pobre criatura estava carregada de várias máquinas de ferro. Em particular, tinha uma na sua cabeça que lhe apertava a boca de tal maneira que mal conseguia falar e não podia comer ou beber. Fiquei muito impressionado com aquele objeto que, vim a saber mais tarde, se chamava "açaime de ferro".
A Escravidão
Quando começou a presença dos
escravos na América e Como viviam?
A escravidão começou no Brasil no século XVI. Os colonos
portugueses começaram escravizando os índios, porém a oposição dos religiosos
dificultou esta prática. Os colonos
partiram para suas colônias na África e trouxeram os negros para trabalharem nos engenhos de açúcar da
região Nordeste Os primeiros
navios negreiros foram trazidos pelo português Martim Afonso de Sousa, em
1532. A contabilidade oficial estima que, entre essa data e 1850, algo como 5
milhões de escravos negros entraram no Brasil. Porém, alguns historiadores
calculam que pode ter sido o dobro.
O transporte dos africanos para o Brasil era
feito em navios negreiros que apresentavam péssimas condições. Muitos morriam
durante a viagem. Os navios negreiros que traziam os escravos
da África até o Brasil eram chamados de tumbeiros, devido à morte de milhares
de africanos durante a travessia. Estas mortes ocorriam devido aos maus-tratos
sofridos pelos escravos, pelas más condições de higiene e por doenças causada
pela falta de vitaminas.
Os escravos também trabalharam nas minas de ouro,
a partir da segunda metade do século XVIII.
Tanto nos engenhos quanto nas minas, os escravos
executavam as tarefas mais duras, difíceis e perigosas.
Como
era a vida dos escravos?
Os comerciantes de escravos vendiam os
negros como se fossem mercadorias. A maioria dos escravos recebia péssimo
tratamento. Comiam alimentos de péssima qualidade, dormiam na senzala (espécie
de galpão úmido e escuro) e recebiam castigos físicos. Os escravos não podiam
praticar sua religião de origem africana, nem seguir sua cultura. Porém, muitos
praticavam a religião de forma escondida
As mulheres também foram escravizadas e
executavam, principalmente, atividades domésticas. Os filhos de escravos também
tinham que trabalhar por volta dos 8 anos de idade. Muitos escravos lutaram contra
esta situação injusta e desumana. Ocorreram revoltas em muitas fazendas. Muitos
escravos também fugiram e formaram quilombos, onde podiam viver de acordo com
sua cultura.
Origem
dos escravos
É possível traçar a origem dos escravos em três grandes grupos: os da
região do atual Sudão, em que os iorubás, também chamados nagôs, predominam; os
que vieram das tribos do norte da Nigéria, a maioria muçulmanos, chamados de
malês ou alufás; e o grupo dos bantos, capturados nas colônias portuguesas de
Angola e Moçambique.
O
que acontecia quando um escravo chegava no Brasil?
Quando chegava ao
Brasil, o africano era chamado de “peça” e vendido em leilões públicos, como
uma boa mercadoria: lustravam seus dentes, raspavam os seus cabelos, aplicavam
óleos para esconder doenças do corpo e fazer a pele brilhar, assim como eram
engordados para garantir um bom preço.
Quais
os castigos que os escravos sofriam?
Uma das características
do regime escravocrata é o que confere ao senhor o direito privado de castigar
fisicamente o escravo. A exploração da força de trabalho escrava requeria
necessariamente mecanismos de coerção que garantissem a continuidade do
trabalho. A relação entre senhor e escravo era, assim, marcada pela violência.
Do ponto de vista da escravidão, o castigo do escravo era necessário e justo.
O açoite era a pena
aplicada ao escravo, usava-se para isso do “bacalhau”, chicote feito com cabo
de madeira e de cinco tiras de couro retorcidos ou com nós. Nas fazendas era
utilizado para punir pequenas faltas ou acelerar o ritmo de trabalho, com
algumas lambadas. Nos casos de delitos graves, o castigo era exemplar, sendo
assistido pelos demais escravos. Era comum a surra-de-carro, no qual ficava o negro
amarrado em um carro de boi, de bruços e braços abertos para receber as
chicotadas.
O tronco foi outro
instrumento e tortura, consistia num grande retângulo de madeira dividido em
duas partes entre as quais havia buracos destinados a prender a cabeça, os
pulsos e os tornozelos do escravo. Preso, o escravo permanecia imóvel, indefeso
aos ataques de insetos e ratos, em contato com sua urina e fezes, isolado num
barracão, até o seu senhor resolver soltá-lo.
A mascara de flandres era usada para punição de furto de alimentos, alcoolismo, ingestão de terra, e, na mineração de diamantes, para impedir que os negros extraviassem as pedras, engolindo-as. A mascara podia cobrir todo o rosto ou apenas a boca, sendo fechada a cadeados por trás da cabeça.
A mascara de flandres era usada para punição de furto de alimentos, alcoolismo, ingestão de terra, e, na mineração de diamantes, para impedir que os negros extraviassem as pedras, engolindo-as. A mascara podia cobrir todo o rosto ou apenas a boca, sendo fechada a cadeados por trás da cabeça.
Usados para prender,
transportar, maltratar ou sujeitar os escravos, os instrumentos de ferro faziam
parte do patrimônio das fazendas e das casas. Eram correntes, algemas,
cadeados, grilhões, colares, tudo para garantir a submissão dos negros escravos
pela tortura e degradação.
Rebeldia e Resistência negra no
Brasil
A
violência legal e sistematicamente utilizada pelo branco como meio de submeter
o escravo, gerava o medo, mas também a revolta e formas de resistência por
parte dos escravos submetidos a tais castigos cruéis. A reação do escravo
assumiu várias formas.
O aborto
foi freqüentemente provocado pelas escravas para não verem seus filhos na mesma
situação degradante delas e também como meio de prejudicar o senhor, sempre
interessado no aumento do número de crias.
A reação
pelo suicídio era uma forma do escravo em se libertar das condições subumanas
em que vivia. O suicídio estava geralmente ligado a um momento de medo ou
impasse em que o escravo se via indefeso diante da repressão do branco, sendo
comum escravos se matarem após terem agredido ou matado um branco.
A
rebeldia consistia a resposta do negro à violência do sistema escravista.
Rebeldia está também respondida com violência pelos escravos. Eram comuns os
casos em que feitores, senhores e seus familiares são estrangulados,
asfixiados, esfaqueados ou simplesmente mortos a pancada pelos escravos.
O ódio do
escravo era pelo senhor e pelo feitor, mas também por suas famílias, pois era
um modo indireto de atingi-los. A freqüência de ataques e homicídios cometidos
por escravos levou muitas vezes o governo brasileiro a promulgar leis duras,
inclusive a pena de morte.
Os quilombos como espaço de
resistência e liberdade
A forma
de resistência escrava mais temida pelos senhores era a fuga seguida da formação
de aldeamentos coletivos, os quilombos. A fuga era para o escravo a solução
mais simples contra a violência da dominação branca. O trabalho compulsório e
excessivo, as precárias condições de subsistência, a degradação e o controle
constante a que estavam submetidos predispunham os escravos a evasão,
facilitada pela grande extensão de terras sem ocupação efetiva no país.
Muitos fugitivos iam para a cidade, onde eram
empregados por outros senhores em serviços esporádicos, como se fossem escravos
forros. O pequeno comércio ambulante era uma atividade que empregava esses
escravos fugidos. Outros escravos fugidos eram capturados ou convencidos por
outros negros para viverem em quilombos.
Erguidos nas matas ou em áreas de difícil acesso
que oferecessem segurança e meios naturais de sobrevivência, os quilombos eram
o grande refúgio dos escravos que conseguiam escapar da opressão. Os quilombos
também abrigavam negros forros, índios, mulatos e caboclos.
Os
quilombos surgiram e cresceram em desafio aberto à sociedade e à autoridade
colonial. Para enfrentar a repressão, os escravos aquilombados precisaram
recorrer à violência e à luta armada. Os negros dos quilombos faziam
freqüentemente incursões para prover, através do roubo ou escambo, suas
necessidades de alimentos, utensílios, armas e também para conseguir, pelo
rapto ou persuasão, mais negros para o quilombo. Outros buscavam desenvolver
até mesmo relações com as povoações próximas, estabelecendo com elas um
comércio regular com troca de alimentos, animais e lenha por tecidos,
utensílios e ferramentas.
Libertação
No
Brasil, a Lei Áurea, é o símbolo máximo da libertação dos escravos,
e ela veio, fruto de uma pressão interna muito forte. No Brasil, muitos
abolicionistas tinham grande representatividade na sociedade colonial e o
próprio exército imperial vacilava ao fazer o papel de capitão do mato, ao
executarem as ordens dos Senhores de Engenhos, que eram os grandes escravistas,
os donos de engenhos e os donos das grandes fazendas, onde se plantava a cana
para a fabricação do açúcar, grande riqueza do Período Colonial.
Para
a libertação dos escravos, além da pressão interna e externa, a mão de obra
mais qualificada, barata e abundante, proporcionada pela vinda da Europa, de
levas de imigrantes que passaram a ocupar lugar de destaque nas lavouras e nos
canaviais nordestinos, onde os escravos trabalhavam duro sob a lei do chicote e
sem receber salários que só eram pagos aos novos trabalhadores europeus mais
afeitos ao trabalho, diga-se a bem da verdade, não que isto justifique o
barbárie da escravidão e até mesmo o racismo.
Concluímos que a escravidão foi lamentável, os negros eram tratados como
se fossem objetivos que podem usar e jogar fora, que eles não tinham direito de
optar e nem se quer mandar na sua própria vida, eram separado de suas famílias
cruelmente e sofriam torturas.
O ceará teve a honra de ser o primeiro estado a ser abolida a escravatura
no Brasil. Quando a princesa Isabel aboliu a escravidão na conhecida lei áurea,
ela agiu com a emoção e esqueceu da razão, pois os escravos quando foram
libertos muitos tiveram que voltar para casa dos seus senhores, pois sofriam
tanto preconceito que não conseguiam arranjar emprego e para não morrer de
fome, era obrigado a se render e ter que voltar.
Mascara de flandres
Anjinhos
Açoite
Instrumentos
de ferro utilizados para castigar e torturar os escravos.
Bibliografia
·
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o.
acessado dia 08 de novembro 2013.
·
http://www.brasilescola.com/historiab/escravidao-no-brasil.htm.
acessado dia 08 de novembro 2013.
·
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/abolicao.htm.
dia 09 de novembro 2013.
·
http://historianoutraface.blogspot.com.br/2010/08/o-trafico-negreiro-representou-uma.html.
acessado dia 10 de novembro 2013.
·
http://answers.yahoo.com/question/index?qid=20071111171804AACOtTS.
Acessado dia 10 de novembro 2013.
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