“Não sou descendente de
escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados!”
No nosso trabalho vamos
abordar um pouco dos acontecimentos da colonização do Brasil que foi o momento
onde começou a chegada dos negros africanos para trabalharem aqui no Brasil.
Eles eram traficados, trazidos em navios com péssimas
condições de viagem e eram vendidos como mercadoria.
A colonização do Brasil
O
território nacional não foi imediatamente ocupado pelos europeus a partir do Descobrimento do Brasil em 1500. A colonização começou somente a partir de
1532. Antes disso, havia apenas feitorias nas
quais o pau-brasil era
armazenado esperando os navios que vinham da Metrópole. Apenas alguns
degredados, desertores e náufragos haviam se estabelecido em definitivo no
Brasil, vivendo e se miscigenando com as tribos indígenas.
O índio brasileiro não
suportava a escravidão. Acostumado a viver durante milênios a um meio de vida
livre, nômade, a mortalidade indígena no meio escravocrata era muito alta. O
índio brasileiro se negava a trabalhar para o colonizador: muitos fugiam ou se suicidavam.
No começo da colonização
brasileira, os portugueses buscaram empreender ações econômicas que viessem a
estabelecer lucro para a Coroa Lusitana. A partir do ano de 1530, a instalação
das primeiras lavouras de cana-de-açúcar exigiu um elevado número de
trabalhadores que não poderia ser obtido em um país tão pequeno como Portugal.
Com a expansão
marítima europeia, no século XV, e a conquista do Novo Mundo, os europeus
necessitaram de mão de obra para os seus empreendimentos nas novas terras
conquistadas (América). Primeiramente, escravizaram os indígenas, os nativos da
América, porém essa escravidão foi proibida pela Igreja Católica.
Dessa forma, os
portugueses, proibidos de escravizar os povos indígenas, tiveram que retornar
ao continente africano e negociar a compra de escravos. A escravização de
pessoas era uma prática antiga na África, no entanto, com os europeus
empreendendo a compra de escravos naquele continente, o número de escravos
aumentou.
Foi então que a escravidão
surgiu como uma oportunidade de resolver essa demanda por mão de obra e, ao
mesmo tempo, ampliar os lucros com a atividade agroexportadora a ser
desenvolvida por aqui. Dentre os povos escravizados, os indígenas brasileiros
tiveram sua força de trabalho utilizada pelos portugueses, assim como as
populações africanas que também eram colonizadas pelos portugueses.
Transformando-se em uma
atividade lucrativa para os portugueses, o tráfico de escravos africanos para o
Brasil iniciou a captura, transporte, venda e exploração sistemática de vários
povos do continente africano. Entre os séculos XVI e XIX foi enorme a
quantidade de pessoas retiradas de seus locais de origem para terem sua força
de trabalho aproveitada em terras brasileiras.
Além do número de africanos
transformados em escravos, devemos também destacar que uma enorme quantidade de
prisioneiros morria nos porões dos navios negreiros. Acomodados em condições
degradantes e submetidos a uma dieta alimentar insuficiente, quase metade dos
negros trazidos da África acabava falecendo na travessia do Oceano Atlântico.
O desenvolvimento da
cultura de cana-de-açúcar faz crescer o número de escravos africanos desembarcados na colônia,
vindos, sobretudo de Angola e da Costa
da Mina para o litoral do
Nordeste. A imigração portuguesa continuou reduzida. Portugal não tinha
população suficiente para mandar grandes números de colonos para o Brasil. A
população se concentra nos litorais nordestino e sul
destino. O resto do País segue ocupado apenas pelos índios.
Imigração africana
O tráfico internacional de
escravos da África subsaariana para o Brasil foi um movimento migratório, embora
forçado. Seu início ocorreu na segunda metade do século XVI, e desenvolveu-se no século XVIII, atingiu seu ápice por volta de
1845 até ser bruscamente extinto em 1850. Foi, certamente, a maior migração
forçada da História Mundial.
O tráfico negreiro foi uma
atividade altamente lucrativa e legal que pagava impostos tanto para a Coroa portuguesa quanto para a Igreja Católica (dízimo). O tráfico negreiro iniciou-se
oficialmente em 1559, quando a metrópole portuguesa decidiu permitir o ingresso
de escravos vindos da África no Brasil. Antes disso, porém, transações envolvendo
escravos africanos já ocorriam no Brasil, sendo a escassez de mão-de-obra um
dos principais argumentos dos colonos.
A escravidão era utilizada nas
mais desenvolvidas sociedades da África Subsaariana antes mesmo do início do tráfico negreiro
para as Américas. Escravos negros eram comumente
transportados através do Saara e vendidos no norte da África por mercadores muçulmanos.
Estes escravos podiam ser pessoas capturadas nas guerras tribais, escravizadas
por dívidas não pagas ou mesmo filhos de outros escravos por várias gerações. A
necessidade de trabalhadores escravos na América aumentou a procura de
escravos de modo que passaram a ser organizados grupos que entravam pelo
interior da África Subsaariana com o único propósito de capturar pessoas de
outras nações para serem vendidas como escravos nos portos do litoral.
A maior parte dos escravos
africanos provinha de lugares como Angola, Guiné, Benin, Nigéria e Moçambique. Eram mais valorizados, para os
trabalhos na agricultura, os negros Bantos ou Benguela ou Bangela ou do Congo proveniente do
sul da África,
especialmente de Angola e Moçambique, e tinham menos valor os vindo do centro
oeste da África, os negros Mina ou da Guiné, que receberam este nome por
serem embarcados no porto de São Jorge de Mina, na atual cidade de Elmina, e eram, por outro lado, mais apto para a
mineração trabalha o qual já se dedicavam na África Ocidental. Por ser a Bahia mais próxima da Costa da Guiné
(África Ocidental) do que de Angola, a maioria dos negros baianos são Minas.
Os traficantes trocavam os
escravos por produtos como fumo, armas e aguardentes. Os escravos comprados eram
transportados nos chamados navios negreiros principalmente para as
cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Luís. As
péssimas condições sanitárias existentes nas embarcações, que vinham
superlotadas, faziam com que muitos escravos morressem, entretanto, a maior
parte das mortes ocorria no transporte desde o local de captura até o porto
africano de embarque. A maior parte ainda viajava a pé para as regiões mais
distantes do interior onde havia minas ou plantações.
Os escravos homens, jovens, mais
fortes e saudáveis eram os mais valorizados. Havia um grande desequilíbrio
demográfico entre homens e mulheres na população de escravos. No período
1837-1840, os homens constituíam 73,7% e as mulheres apenas 26,3% da população
escrava. Além disto, os donos de escravos não se preocupavam com a reprodução
natural da escravaria, porque era mais barato comprar escravos recém trazidos
pelo tráfico internacional do que gastar com a alimentação de crianças. Em
relação à grande quantidade de escravos que aqui chegaram à sociedade
brasileira têm até poucos de seus descendentes.
Ao todo, entraram no Brasil
aproximadamente quatro milhões de africanos na forma de escravos.
Trafico dos Negros Africanos
Assim, no século XV, o tráfico negreiro, ou
tráfico de escravos, assumiu enormes proporções. Os Estados europeus instalaram
feitorias e portos de abastecimento de escravos no litoral africano. Nessas
feitorias foram embarcados os escravos que vieram para as colônias europeias na
América nos navios chamados tumbeiros.
Uma vez embarcados
nos navios negreiros (tumbeiros), os escravos, oriundos de diferentes regiões e
etnias africanas, eram tratados com extrema violência e recebiam pouca
alimentação. Geralmente, eram maltratados e castigados sem nenhum motivo
aparente e eram amontoados dentro dos navios tumbeiros em ambientes insalubres,
propícios à proliferação de doenças.
A travessia pelo
oceano Atlântico constituía o início do sofrimento dos africanos escravizados
que se destinavam à América. A viagem da África para o Brasil durava de 30 a 45
dias, conforme o lugar de partida e o de chegada. Com a chegada ao Novo Mundo,
os navios negreiros eram conduzidos a diferentes portos e localidades na América,
mas quase sempre os escravos tinham um destino em comum: os mercados, onde eram
comercializados como mercadorias, rendendo altos lucros para os traficantes de
escravos.
No entanto, a partir
de novas pesquisas realizadas por historiadores, não foram somente os europeus
que organizaram o tráfico negreiro. Segundo o historiador Manolo Florentino
(1997), no Brasil, nos séculos XVIII e XIX, várias pessoas se especializaram e
investiram na compra de escravos na África. Muitos traficantes de escravos eram
cariocas e mantinham as embarcações que traziam os escravos para o Novo Mundo.
Quase sempre, os traficantes de escravos negociavam com os africanos com base
no escambo, comercialização de mercadorias como aguardente, arma de fogo,
pólvora, tecidos, entre outros, em troca das pessoas escravizadas.
Navios Negreiros
Navios
negreiros ou navios tumbeiros eram os nomes dados aos navios que realizavam o transporte de escravos, originários especialmente da África, até o século
XIX.
A partir de 1432 quando o navegador português Gil Eanes levou para
Portugal a primeira carga de escravos negros vindos da África que os
portugueses começaram a traficar os escravos com as Ilhas das Madeiras e em
Porto-Santo. Mais adiante os negros foram trazidos para o Brasil.
A história dos navios negreiros é
das mais comoventes. Homens, mulheres e crianças eram
transportados amontoados em compartimentos minúsculos dos navios, escuros e sem
nenhuma cuidado com a higiene. Conviviam no mesmo local, a fome, a sede, as
doenças, a sujeira, os agonizantes e os mortos. Em média transportava-se 400
negros em cada compartimento desses.
Sem a menor preocupação com a
condição dos negros, os responsáveis pelos navios negreiros amontoavam negros
acorrentados como animais em seus porões que muitas vezes
advinham de diferentes lugares do continente africano, causando o encontro de
várias etnias e que por vezes eram também inimigas. Seus corpos eram marcados
pelas correntes que os limitavam nos movimentos, as fezes e a urina eram feitas
no mesmo local onde permaneciam. Os movimentos das caravelas faziam com que
muitos passassem mal e vomitassem no mesmo local. Os alimentos simplesmente
eram jogados nos compartimentos uma ou duas vezes por dia, cabendo aos próprios
negros promover a divisa da alimentação. Como os integrantes do navio não
tinham o hábito de entrar no porão, os mortos permaneciam ao lado dos vivos por
muito tempo.
Quando o navio encontrava alguma dificuldade durante
seu trajeto, o comandante da embarcação ordenava que os negros moribundos ou
mortos fossem lançados ao mar, como alternativa para reduzir o peso do navio.
Nestes casos, o mar acabava se tornando a única saída dos negros para a luz, antes
de chegarem aos destinatários do comércio.
Somente
no século XIX que as leis proibiram o comércio de negros. Entre 1806 e 1807, a
Inglaterra acabou com o tráfico negreiro em seu Império e em 1833 proibiu o
trabalho escravo. No Brasil, mesmo após o tráfico negreiro ter sido proibido, a
escravidão permaneceu até 1888. Nós concluímos com este trabalho a
dificuldade que os negros sempre enfrentaram desde a colonização do Brasil.
Eram trazidas do seu país deixando sua casa, sua família e sua vida para serem
escravos e viver em condições miseráveis, onde muitas vezes não resistiam a
acabavam morrendo com os maus tratos.
E até hoje muitos deles
ainda sofrem com o preconceito das outras pessoas por acharem que só porque é
um negro não deve ser tratado bem ou acharem que tenham um papel menor na
sociedade.
Com este trabalho aprendemos
que temos que respeitarem todos não importa a cor, a raça ou tamanho, pois
somos todos iguais filhos de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário