terça-feira, 19 de novembro de 2013

A CONTRIBUIÇÃO DO NEGRO NA FORMAÇÃO DO BRASIL


A CONTRIBUIÇÃO DO NEGRO NA FORMAÇÃO DO BRASIL

Capturados em sua terra natal pelos Portugueses e por chefes locais que os negociavam com os traficantes em troca de produtos manufaturados esta situação deu-se do século XVI até o século XIX. Chegavam ao Brasil amontoados em porões de navios negreiros chamados de Tumbeiros. Muitos morriam durante a longa viagem pela insalubridade, pouca alimentação e superlotação. Os que chegavam eram vendidos na colônia, com Salvador, Recife e Rio de Janeiro, de lá eram distribuídos para o trabalho nas lavouras de cana de açúcar. O africano nunca aceitou sua condição de escravo, sempre que podia se rebelava com tentativas de assassinato de feitores e senhores de engenho, fugas e suicídios. Os que conseguiam fugir dos capitães do mato, organizaram em quilombos, verdadeiras comunidades negras livres. O principal e mais famoso é o de Palmares, localizado no atual estado de Alagoas, e seu mais famoso líder foi Zumbi que lutou dinheiro adsense até sua morte no dia 20 de novembro de 1695, contra a escravidão. Essa data foi consagrada no Brasil como dia da Consciência Negra. Além dos fortes braços que carregaram a economia do Brasil no passado, eles nos influenciaram em nossa cultura como o samba, a capoeira, o candomblé e a alimentação. Miscigenaram de uma tal forma que o Brasil, gerou uma Identidade Nacional singular. Contudo nos dias de hoje, mesmo depois da abolição, o país está longe de ser uma nação onde todos sejam iguais. O espaço e a visibilidade que o negro tem em nossa sociedade, não permitem que ele sirva de referência. Ainda os brancos recebem salários superiores aos recebidos por negros na mesma função, o nível de desemprego deste também é maior. No campo do alfabetismo, a repetência e a evasão escolar são mais acentuadas para os negros. O preconceito só é combatido com educação, que começa com a família e uma convivência de forma comunitária.
Danças
Coco: também denominado “bambelô”, é muito dançando da região praiana do Nordeste, sobretudo Alagoas. É uma dança de roda, cuja coreografia é mais um sapateado, acompanhado de plantas.














Frevo: teve origem na capoeira, cujos movimentos foram estilizados para evitar a repressão policial. O nome vem da ideia de fervura (pronunciada incorretamente como “frevura”). É uma dança coletiva, executada com uma sombrinha, que seve para manter o equilíbrio e embelezar a coreografia. Atualmente, é símbolo do carnaval pernambucano.





Moçambique: frequentemente executado em São Paulo, Minas Gerais, e no Brasil Central. Os participantes formam uma esteira de losangos com bastões, pulam, agacham, e sacodem, sem tocar nos bastões. Enquanto dançam e louvam aos santos, em solo e coro. Considerado por alguns folcloristas uma dança, por outros um folguedos (ou festa popular).














Maracatu: é propriamente um desfile carnavalesco, remanescente das cerimônias de coroação dos reis africanos. A tradição teve início pela necessidade dos chefes tribais, vindos do Congo e de Angola, de expor sua força e seu poder, mesmo com a escravidão. Atualmente faz parte do carnaval de Pernambuco.

 











Capoeira: trazida pelos negros de Angola, inicialmente, não era praticada como luta, mas como dança religiosa. Mas, no século XVI, para resistir às expedições que pretendiam exterminar Palmares, os escravos foragidos aplicavam os movimentos da capoeira como recurso de ataque e defesa. Em 1928, um livro estabeleceu as regras para o jogo desportivo de capoeira e ilustrou seus principais golpes e contragolpes. O capoeirista era considerado um marginal, um delinquente. O Decreto-lei 487 acabou temporariamente com a capoeira, mas os negros resistiram até a sua legalização. E em 15 de julho de 2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro e registrada como Bem Cultural de Natureza Imaterial.


                     

      









Literatura
A literatura popular de origem africana é riquíssima. Ela contém uma vasta série de contos e lendas, que hoje integram o folclore brasileiro: contos totêmicos, ou seja, conjuntos de animais, como: tartaruga, lebre, sapo, antílope, elefante, crocodilo etc.
Contos de assombrações e entidades sobrenaturais, como a lenda do quibungo, que significa lobo. É uma espécie de entidade sobrenatural, meio homem, meio animal, que possui um enorme buraco no meio das costas, na qual atira meninos que persegue para comer.
A cultura material de origem africana também é vastíssima, abarcando artesanatos e técnicas, tais como: a fabricação de instrumentos musicais, a culinária, a fabricação de utensílios de cozinha e a indumentária, entre outros. Entre os instrumentos trazidos pelos africanos para o Brasil se destacam os de percussão, segundo o dicionário da língua portuguesa Aurélio (1998):
Musicas
A música negra ou Black Music (também conhecida como música afro-brasileira no Brasil e música afro-americana nos Estados Unidos) é um termo dado a todo um grupo de gêneros musicais que emergiram ou foram influenciados pela cultura de descendentes africanos em países colonizados por um sistema agrícola baseado na utilização de mão-de-obra escrava (plantation). É comum em toda a América, onde o uso de mão-de-obra escrava negra foi amplamente utilizada. As músicas tribais africanas foram trazidas pelos escravos para os países americanos, onde se mesclaram com outros ritmos europeus, formando novos gêneros musicais.


Esportes

Os negros foram uma ótima influência para o esporte...
Dentro do esporte eles inventaram a CAPOEIRA! Isso foi uma ótima influência por muitos motivos...Como um deles que quando os escravos treinavam os donos achavam que estavam apenas dançando.
Uma grande influência para o esporte negro é o Usain Bolt conhecido como "O Homem mais rápido do mundo”. Ele conquistou o tri mundial nos 200m livre.


Culinária
A feijoada brasileira, considerada o prato nacional do Brasil, é frequentemente citada como tendo sido criada nas senzalas e ter servido de alimento para os escravos na época colonial. Atualmente, porém, considera-se a feijoada brasileira uma adaptação tropical da feijoada portuguesa que não foi servida normalmente aos escravos. Apesar disso, a cozinha brasileira regional foi muito influenciada pela cozinha africana, mesclada com elementos culinários europeus e indígenas.
A culinária baiana é a que mais demonstra a influência africana nos seus pratos típicos como acarajé, caruru, vatapá e moqueca. Estes pratos são preparados com o azeite-de-dendê, extraído de uma palmeira africana trazida ao Brasil em tempos coloniais. Na Bahia existem duas maneiras de se preparar estes pratos "afros". Numa, mais simples, as comidas não levam muito tempero e são feitos nos terreiros de candomblé para serem oferecidas aos orixás. Na outra maneira, empregada fora dos terreiros, as comidas são preparadas com muito tempero e são mais saborosas, sendo vendidas pelas baianas do acarajé e degustadas em restaurantes e residências.

 Medicina
As plantas na medicina popular e nos rituais afro-brasileiros
As plantas medicinais e a medicina popular
A medicina popular poderá ser entendida como um corpo de conhecimentos e práticas médicas, que se desenvolve numa dinâmica própria, com base no conhecimento empírico, segundo o contexto sociocultural e econômico em que se insere. Trata-se de uma medicina sincrética, que envolve componentes herdados da medicina dos antepassados que vão sendo reinterpretados e adequados às realidades do presente, somados a elementos resultantes de diferentes influências. Desta forma, a medicina popular vai sofrendo mudanças, cujos fatores determinantes devem-se, principalmente, às influências dos meios de comunicação de massa, e da coexistência e interinfluência, na mesma sociedade, do sistema médico oficial e do sistema médico popular, favorecendo, também, a urbanização da medicina rural. (Camargo, 1985:11) Podemos observar no Brasil, a aproximação da medicina popular com os mais diferentes sistemas de crenças. Entre as formas adotadas para a realização das curas, estão os procedimentos de caráter religioso, a fim de reforçarem as terapias adotadas. Nesses casos, são comuns os passes, orações, além dos bentinhos, medalhas, patuás, crucifixos, escapulários colocados junto aos doentes, para citar alguns exemplos.
No interior do Estado de São Paulo, na zona rural da região de Ibiúna, área pesquisada, predominam curadores munidos quase sempre de ramos verdes, como de arruda (Ruta graveolens), alecrim (Rosmarinus officinalis), que benzem e rezam, práticas essas ligadas a um catolicismo que se popularizou através das crenças nas forças protetoras de santos católicos. Mas, o pentecostalismo voltado às curas divinas, vai se expandindo para além das áreas urbanas atingindo os redutos dos rezadores, onde surgem, também, centros de umbanda, conhecidos em Ibiúna por “sarava”.
Essa religiosidade presente na medicina popular, deve-se em parte à herança portuguesa dos primórdios do Brasil, que trouxe a crença nas curas milagrosas através da intercessão de santos católicos junto aos poderes de Deus.
A colonização portuguesa nos primeiros séculos, ou seja, XVI e XVII, deixou profundas marcas nas práticas médicas populares do Brasil de hoje. A medicina era exercida pelos físicos, cirurgiões e barbeiros, como eram denominados aqueles que sabiam curar e sangrar. Exerciam, também essa tarefa os padres da Companhia de Jesus, pois tinham noções de primeiros socorros médicos e conheciam botânica, embora tivessem vindo com a incumbência precípua de desempenhar o trabalho de catequese junto aos indígenas. Esses profissionais praticavam uma medicina impregnada de espírito de religiosidade marcada pela fé cristã, tal como era em Portugal, onde a medicina era ensinada nos conventos e onde, também, os livros médicos eram escritos.
Muitos daqueles médicos vieram voluntariamente para o Brasil devido à sua ascendência judaica e chegaram como cristãos-novos, pois era comum aderirem à vida religiosa dos mosteiros, a fim de se protegerem da Inquisição. Porém, esses médicos tinham ideias religiosas que contrariavam o pensamento da igreja católica. Enquanto está admitia que a doença era castigo divino e que o homem não podia intervir nos desígnios de Deus sem autorização prévia dos clérigos, os médicos judeus julgavam que a arte de curar era dom divino, sendo pois, dever religioso curar os doentes. (Herson 1996:47)
Os jesuítas em seus trabalhos de catequese faziam os indígenas entenderem que o batismo era fundamental para se alcançar a salvação eterna e assim, forçava-os a se batizarem primeiro antes de curá-los. Aquele que recusava o batismo poderia ser fatalmente castigado com a morte. (Leite 1954 v.2:159-61)
Esse era o panorama médico nos primeiros tempos de colonização no Brasil.
A medicina popular de hoje continua a se apoiar fortemente na fé religiosa que reforça o sentimento de culpa e do castigo divino, quando diante de problemas de saúde. As terapias adotadas são sempre acompanhadas de orações, penitências, promessas visando o merecimento da graça da cura.
As terapias daquele período histórico do Brasil, eram praticamente as mesmas adotadas em Portugal, onde as plantas desempenhavam importante papel na preparação dos remédios. Os jesuítas as conheciam muito bem, visto que mantinham boticas onde atendiam aos doentes e forneciam-lhes as plantas, quase todas vindas de Portugal. Dentre essas plantas estavam: manjericão, salsa, arruda, bredo, hortelã, coentro, berinjela, alho, ervilha, lentilha, pepino, melão. (França 1929) Com as dificuldades que tinham para receber tais plantas, visto que as viagens levavam muito tempo, eles passaram a substituí-las por plantas indígenas, visto que de seu contato com os nativos, o qual já vinha se processando, muito foi sendo aprendido e, assim, muitas plantas nativas foram incorporadas à coleção mantida nas boticas. Dentre aquelas plantas nativas de valor medicinal estavam também as plantas litúrgicas, usadas nas cerimônias da igreja. Citam-se os exemplos da umburana (Bursera leptophloeos) e da Cabreúva (Myroxilon toluifera), que o padre José de Anchieta, achando-as parecidas, no aroma desprendido quando cremadas, com as espécies asiáticas usadas pela igreja, consagrou-as aos cultos, consertando-lhes os nomes de mirra e incenso respectivamente. A essas plantas somavam-se aquelas originárias da Europa, já citadas acima, que foram introduzidas, visto que Portugal tinha interesse em cultivá-las nas colônias, principalmente no Brasil. Muitas delas se desenvolveram com tal facilidade que hoje podemos vê-las espalhadas por todo o País. (Camargo, 1997)
As “patologias” hoje encontradas no meio popular lembram aquelas comuns nos tempos coloniais e, ainda, hoje recebem o mesmo tratamento ou formas estratégicas de desativar o agente causador da doença. Existem doenças tais como a doença de macaco como é conhecida no meio popular, da qual são acometidas, principalmente, as crianças. Trata-se de avitaminose e falta de outros elementos necessários para seu desenvolvimento, caracterizada como síndrome policarencial. Cita-se, ainda, o mal-de-7-dias ou mal-de-umbigo, o mesmo que tétano no cordão umbilical de recém-nascidos. Outra doença que aparece com alguma frequência é a espinhela caída. Trata-se de dor na região epigástrica decorrente de uma deformação do apêndice xifoide, provocando dores de estômago, vômitos, além de problemas respiratórios. Hoje, essa “patologia” ainda é frequente no meio popular, onde é curada com rezas e benzi mentos.




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