A CONTRIBUIÇÃO DO NEGRO NA FORMAÇÃO DO BRASIL
Capturados em sua terra natal pelos Portugueses e por
chefes locais que os negociavam com os traficantes em troca de produtos
manufaturados esta situação deu-se do século XVI até o século XIX. Chegavam ao
Brasil amontoados em porões de navios negreiros chamados de Tumbeiros. Muitos
morriam durante a longa viagem pela insalubridade, pouca alimentação e superlotação.
Os que chegavam eram vendidos na colônia, com Salvador, Recife e Rio de
Janeiro, de lá eram distribuídos para o trabalho nas lavouras de cana de
açúcar. O africano nunca aceitou sua condição de escravo, sempre que podia se
rebelava com tentativas de assassinato de feitores e senhores de
engenho, fugas e suicídios. Os que conseguiam fugir dos capitães do mato,
organizaram em quilombos, verdadeiras comunidades negras livres. O principal e
mais famoso é o de Palmares, localizado no atual estado de Alagoas, e seu mais
famoso líder foi Zumbi que lutou dinheiro adsense até
sua morte no dia 20 de novembro de 1695, contra a escravidão. Essa data foi
consagrada no Brasil como dia da Consciência Negra. Além
dos fortes braços que carregaram a economia do Brasil no passado, eles nos
influenciaram em nossa cultura como o samba, a capoeira, o candomblé e
a alimentação. Miscigenaram de uma tal forma que o Brasil, gerou uma Identidade
Nacional singular. Contudo nos dias de hoje, mesmo depois da abolição, o país está
longe de ser uma nação onde todos sejam iguais. O espaço e a visibilidade que o
negro tem em nossa sociedade, não permitem que ele sirva de referência. Ainda
os brancos recebem salários superiores aos recebidos por negros na mesma
função, o nível de desemprego deste também é maior. No campo
do alfabetismo, a repetência e a evasão escolar são mais
acentuadas para os negros. O preconceito só é combatido com educação, que
começa com a família e uma convivência de forma comunitária.
Danças
Coco: também denominado “bambelô”, é muito dançando da região praiana do
Nordeste, sobretudo Alagoas. É uma dança de roda, cuja coreografia é mais um
sapateado, acompanhado de plantas.
Frevo: teve origem na capoeira, cujos movimentos foram
estilizados para evitar a repressão policial. O nome vem da ideia de fervura
(pronunciada incorretamente como “frevura”). É uma dança coletiva, executada
com uma sombrinha, que seve para manter o equilíbrio e embelezar a coreografia.
Atualmente, é símbolo do carnaval pernambucano.
Moçambique: frequentemente executado em São Paulo, Minas
Gerais, e no Brasil Central. Os participantes formam uma esteira de losangos
com bastões, pulam, agacham, e sacodem, sem tocar nos bastões. Enquanto dançam
e louvam aos santos, em solo e coro. Considerado por alguns folcloristas uma
dança, por outros um folguedos (ou festa popular).
Maracatu: é propriamente um desfile carnavalesco,
remanescente das cerimônias de coroação dos reis africanos. A tradição teve
início pela necessidade dos chefes tribais, vindos do Congo e de Angola, de
expor sua força e seu poder, mesmo com a escravidão. Atualmente faz parte do
carnaval de Pernambuco.
Capoeira: trazida pelos
negros de Angola, inicialmente, não era praticada como luta, mas como dança
religiosa. Mas, no século XVI, para resistir às expedições que pretendiam
exterminar Palmares, os escravos foragidos aplicavam os movimentos da capoeira
como recurso de ataque e defesa. Em 1928, um livro estabeleceu as regras para o
jogo desportivo de capoeira e ilustrou seus principais golpes e
contragolpes. O capoeirista era considerado um marginal, um delinquente. O
Decreto-lei 487 acabou temporariamente com a capoeira, mas os negros resistiram
até a sua legalização. E em 15 de julho de 2008 a capoeira foi reconhecida como
Patrimônio Cultural Brasileiro e registrada como Bem Cultural de Natureza
Imaterial.
Literatura
A literatura popular de origem africana é riquíssima. Ela contém
uma vasta série de contos e lendas, que hoje integram o folclore brasileiro:
contos totêmicos, ou seja, conjuntos de animais, como: tartaruga, lebre, sapo,
antílope, elefante, crocodilo etc.
Contos de assombrações e entidades sobrenaturais, como a lenda
do quibungo, que significa lobo. É uma espécie de entidade sobrenatural,
meio homem, meio animal, que possui um enorme buraco no meio das costas, na
qual atira meninos que persegue para comer.
A cultura material de origem africana também é vastíssima,
abarcando artesanatos e técnicas, tais como: a fabricação de instrumentos
musicais, a culinária, a fabricação de utensílios de cozinha e a indumentária,
entre outros. Entre os instrumentos trazidos pelos africanos para o Brasil se
destacam os de percussão, segundo o dicionário da língua portuguesa Aurélio
(1998):
Musicas
A música
negra ou Black Music (também conhecida como música afro-brasileira no Brasil e música afro-americana nos Estados
Unidos) é um termo dado a todo um grupo de gêneros
musicais que emergiram ou foram influenciados pela cultura de descendentes africanos em países colonizados por um sistema agrícola baseado na utilização
de mão-de-obra escrava (plantation). É comum em toda a América, onde o uso de mão-de-obra escrava
negra foi amplamente utilizada. As músicas tribais africanas foram trazidas
pelos escravos para os países americanos, onde se mesclaram com outros ritmos
europeus, formando novos gêneros musicais.
Esportes
Os negros foram uma ótima influência
para o esporte...
Dentro do esporte eles inventaram a CAPOEIRA! Isso foi uma ótima influência por muitos motivos...Como um deles que quando os escravos treinavam os donos achavam que estavam apenas dançando.
Uma grande influência para o esporte negro é o Usain Bolt conhecido como "O Homem mais rápido do mundo”. Ele conquistou o tri mundial nos 200m livre.
Dentro do esporte eles inventaram a CAPOEIRA! Isso foi uma ótima influência por muitos motivos...Como um deles que quando os escravos treinavam os donos achavam que estavam apenas dançando.
Uma grande influência para o esporte negro é o Usain Bolt conhecido como "O Homem mais rápido do mundo”. Ele conquistou o tri mundial nos 200m livre.
Culinária
A feijoada brasileira, considerada o prato nacional do Brasil, é frequentemente
citada como tendo sido criada nas senzalas e ter servido de alimento para os
escravos na época colonial. Atualmente, porém, considera-se a feijoada
brasileira uma adaptação tropical da feijoada portuguesa que não foi servida
normalmente aos escravos. Apesar disso, a cozinha brasileira regional foi muito
influenciada pela cozinha africana, mesclada com elementos culinários europeus
e indígenas.
A culinária baiana é a que mais demonstra a
influência africana nos seus pratos típicos como acarajé, caruru, vatapá e moqueca. Estes
pratos são preparados com o azeite-de-dendê,
extraído de uma palmeira africana trazida ao Brasil em tempos coloniais. Na
Bahia existem duas maneiras de se preparar estes pratos "afros". Numa,
mais simples, as comidas não levam muito tempero e são feitos nos terreiros de candomblé para serem
oferecidas aos orixás. Na outra
maneira, empregada fora dos terreiros, as comidas são preparadas com muito
tempero e são mais saborosas, sendo vendidas pelas baianas do acarajé e degustadas em restaurantes e residências.
Medicina
As
plantas na medicina popular e nos rituais afro-brasileiros
As plantas medicinais e a medicina popular
A medicina
popular poderá ser entendida como um corpo de conhecimentos e práticas médicas,
que se desenvolve numa dinâmica própria, com base no conhecimento empírico,
segundo o contexto sociocultural e econômico em que se insere. Trata-se de uma
medicina sincrética, que envolve componentes herdados da medicina dos
antepassados que vão sendo reinterpretados e adequados às realidades do
presente, somados a elementos resultantes de diferentes influências. Desta
forma, a medicina popular vai sofrendo mudanças, cujos fatores determinantes
devem-se, principalmente, às influências dos meios de comunicação de massa, e
da coexistência e interinfluência, na mesma sociedade, do sistema médico
oficial e do sistema médico popular, favorecendo, também, a urbanização da medicina
rural. (Camargo, 1985:11) Podemos
observar no Brasil, a aproximação da medicina popular com os mais diferentes
sistemas de crenças. Entre as formas adotadas para a realização das curas,
estão os procedimentos de caráter religioso, a fim de reforçarem as terapias
adotadas. Nesses casos, são comuns os passes, orações, além dos bentinhos,
medalhas, patuás, crucifixos, escapulários colocados junto aos doentes, para
citar alguns exemplos.
No interior
do Estado de São Paulo, na zona rural da região de Ibiúna, área pesquisada,
predominam curadores munidos quase sempre de ramos verdes, como de arruda (Ruta graveolens), alecrim (Rosmarinus officinalis), que
benzem e rezam, práticas essas ligadas a um catolicismo que se popularizou
através das crenças nas forças protetoras de santos católicos. Mas, o
pentecostalismo voltado às curas divinas, vai se expandindo para além das áreas
urbanas atingindo os redutos dos rezadores, onde surgem, também, centros de
umbanda, conhecidos em Ibiúna por “sarava”.
Essa
religiosidade presente na medicina popular, deve-se em parte à herança
portuguesa dos primórdios do Brasil, que trouxe a crença nas curas milagrosas
através da intercessão de santos católicos junto aos poderes de Deus.
A
colonização portuguesa nos primeiros séculos, ou seja, XVI e XVII, deixou
profundas marcas nas práticas médicas populares do Brasil de hoje. A medicina
era exercida pelos físicos, cirurgiões e barbeiros, como eram denominados aqueles
que sabiam curar e sangrar. Exerciam, também essa tarefa os padres da Companhia de Jesus, pois tinham noções de primeiros
socorros médicos e conheciam botânica, embora tivessem vindo com a incumbência
precípua de desempenhar o trabalho de catequese junto aos indígenas. Esses
profissionais praticavam uma medicina impregnada de espírito de religiosidade
marcada pela fé cristã, tal como era em Portugal, onde a medicina era ensinada
nos conventos e onde, também, os livros médicos eram escritos.
Muitos daqueles
médicos vieram voluntariamente para o Brasil devido à sua ascendência judaica e
chegaram como cristãos-novos, pois era comum aderirem à vida religiosa dos
mosteiros, a fim de se protegerem da Inquisição. Porém, esses médicos tinham ideias
religiosas que contrariavam o pensamento da igreja católica. Enquanto está
admitia que a doença era castigo divino e que o homem não podia intervir nos
desígnios de Deus sem autorização prévia dos clérigos, os médicos judeus
julgavam que a arte de curar era dom divino, sendo pois, dever religioso curar
os doentes. (Herson 1996:47)
Os jesuítas
em seus trabalhos de catequese faziam os indígenas entenderem que o batismo era
fundamental para se alcançar a salvação eterna e assim, forçava-os a se
batizarem primeiro antes de curá-los. Aquele que recusava o batismo poderia ser
fatalmente castigado com a morte. (Leite 1954
v.2:159-61)
Esse era o
panorama médico nos primeiros tempos de colonização no Brasil.
A medicina
popular de hoje continua a se apoiar fortemente na fé religiosa que reforça o
sentimento de culpa e do castigo divino, quando diante de problemas de saúde.
As terapias adotadas são sempre acompanhadas de orações, penitências, promessas
visando o merecimento da graça da cura.
As terapias
daquele período histórico do Brasil, eram praticamente as mesmas adotadas em
Portugal, onde as plantas desempenhavam importante papel na preparação dos
remédios. Os jesuítas as conheciam muito bem, visto que mantinham boticas onde
atendiam aos doentes e forneciam-lhes as plantas, quase todas vindas de
Portugal. Dentre essas plantas estavam: manjericão, salsa, arruda, bredo,
hortelã, coentro, berinjela, alho, ervilha, lentilha, pepino, melão. (França 1929) Com
as dificuldades que tinham para receber tais plantas, visto que as viagens
levavam muito tempo, eles passaram a substituí-las por plantas indígenas, visto
que de seu contato com os nativos, o qual já vinha se processando, muito foi
sendo aprendido e, assim, muitas plantas nativas foram incorporadas à coleção
mantida nas boticas. Dentre aquelas plantas nativas de valor medicinal estavam
também as plantas litúrgicas, usadas nas cerimônias da igreja. Citam-se os
exemplos da umburana (Bursera leptophloeos) e da Cabreúva (Myroxilon toluifera), que o
padre José de Anchieta, achando-as parecidas, no aroma desprendido quando
cremadas, com as espécies asiáticas usadas pela igreja, consagrou-as aos
cultos, consertando-lhes os nomes de mirra e incenso respectivamente. A essas plantas
somavam-se aquelas originárias da Europa, já citadas acima, que foram
introduzidas, visto que Portugal tinha interesse em cultivá-las nas colônias,
principalmente no Brasil. Muitas delas se desenvolveram com tal facilidade que
hoje podemos vê-las espalhadas por todo o País. (Camargo, 1997)
As
“patologias” hoje encontradas no meio popular lembram aquelas comuns nos tempos
coloniais e, ainda, hoje recebem o mesmo tratamento ou formas estratégicas de
desativar o agente causador da doença. Existem doenças tais como a doença de macaco como é
conhecida no meio popular, da qual são acometidas, principalmente, as crianças.
Trata-se de avitaminose e falta de outros elementos necessários para seu
desenvolvimento, caracterizada como síndrome policarencial. Cita-se, ainda, o mal-de-7-dias ou mal-de-umbigo, o mesmo que tétano no cordão umbilical
de recém-nascidos. Outra doença que aparece com alguma frequência é a espinhela caída. Trata-se de dor na região epigástrica
decorrente de uma deformação do apêndice xifoide, provocando dores de estômago,
vômitos, além de problemas respiratórios. Hoje, essa “patologia” ainda é frequente
no meio popular, onde é curada com rezas e benzi mentos.
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